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Rua Frei Paulo, 387 - BonsucessoEste moderno apartamento em Vespasiano, no bairro de Bonsucesso, é um verdadeiro oásis de tranquilidade. Localizado no Residencial Viena, este imóvel de 55 m² úteis oferece todo o conforto e conveniência que você precisa. Com 2 quartos, 1 sala ampla e com painel, cozinha e banheiro com cerâmica até o teto e box de vidro temperado, este apartamento é perfeito para quem busca uma moradia funcional e bem-localizada. O Residencial Viena conta com uma completa infraestrutura de lazer, incluindo playground, brinquedoteca, pista de cooper, circuito interno de TV, espaço de leitura, pet place, salão de festas, entrada lateral, portão eletrônico, portaria 24h e guarita com segurança. Área total de 3.355 m2. Tudo isso a apenas alguns minutos do comércio local e de diversas linhas de ônibus. Perto da Escola Estadual Antero Pessoa, Mi Gusta Açaí, Igreja Evangélica Vida Nova. Este apartamento, avaliado em R$ 185.500, é a oportunidade perfeita para quem deseja investir em um imóvel moderno, bem-localizado e com ampla área de lazer. Aproveite esta chance única e agende uma visita para conhecer de perto este fantástico imóvel. Com a documentação tem o habite-se, e dá financiamento bancário. Não perca tempo, entre em contato conosco agora mesmo e conheça de perto este apartamento que irá superar todas as suas expectativas. Uma moradia com estilo, conforto e conveniência, tudo isso em um único lugar.Vespasiano - MGEste moderno apartamento em Vespasiano, no bairro de Bonsucesso, é um verdadeiro oásis de tranquilidade. Localizado no Residencial Viena, este imóvel de 55 m² úteis oferece todo o conforto e conveniência que você precisa. Com 2 quartos, 1 sala ampla e com painel, cozinha e banheiro com cerâmica até o teto e box de vidro temperado, este apartamento é perfeito para quem busca uma moradia funcional e bem-localizada. O Residencial Viena conta com uma completa infraestrutura de lazer, incluindo playground, brinquedoteca, pista de cooper, circuito interno de TV, espaço de leitura, pet place, salão de festas, entrada lateral, portão eletrônico, portaria 24h e guarita com segurança. Área total de 3.355 m2. Tudo isso a apenas alguns minutos do comércio local e de diversas linhas de ônibus. Perto da Escola Estadual Antero Pessoa, Mi Gusta Açaí, Igreja Evangélica Vida Nova. Este apartamento, avaliado em R$ 185.500, é a oportunidade perfeita para quem deseja investir em um imóvel moderno, bem-localizado e com ampla área de lazer. Aproveite esta chance única e agende uma visita para conhecer de perto este fantástico imóvel. Com a documentação tem o habite-se, e dá financiamento bancário. Não perca tempo, entre em contato conosco agora mesmo e conheça de perto este apartamento que irá superar todas as suas expectativas. Uma moradia com estilo, conforto e conveniência, tudo isso em um único lugar.
Rua Celuta Ramires Noronha, 283 - Jardim dos Comerciários (Venda Nova)Linda área Privativa ! Composta por 02 (dois) quartos, sala para 02 ambientes, banho social, cozinha e área de serviço; 01 Vaga de garagem descoberta para veículos de pequeno porte; Ótimo acabamento ( porcelanato) Prédio com 10 (dez) apartamentos. Pronto para morar. Agende a sua visita! Venda Nova é um distrito e uma região administrativa (regional) de Belo Horizonte. Este nome provém do bairro central homônimo, que abriga um movimentado centro econômico e social. Essa região é conhecida há mais de cem anos por ser um dos principais caminhos para o norte de Minas Gerais e do Brasil. Antigamente era conhecida também como um local de bifurcação de rotas que iam para o norte e para o oeste do estado. Atualmente, é reconhecida por seu tradicional "Baile da Saudade," pelas manifestações culturais (miami, disco, rap) nas "Quadras do Vilarinho", pelo Centro Cultural de Venda Nova, pela histórica Rua Padre Pedro Pinto com suas casas quase centenárias, pela Colônia de Férias do SESC (que recebe grandes eventos, como por exemplo seleções da Copa do Mundo FIFA 2014), pelo moderno Shopping Estação, que possui o cinema da maior rede de cinemas da América Latina (Cinépolis), pela tricampeã Escola de Samba GRES Acadêmicos de Venda Nova, pelo humorista "Ceguinho", reconhecido nacionalmente, pelo clube de futebol Venda Nova FC, e pela novíssima e moderna Cidade Administrativa de Minas Gerais, o que faz do Distrito de Venda Nova a Sede do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais (os poderes Legislativo e Judiciário de Minas Gerais encontram-se no Distrito-sede de Belo Horizonte). O grande crescimento que esse distrito vem desenvolvendo nos últimos anos fez nascer um termo que aponta para novos tempos na região e nas cidades ao norte: "O Vetor Norte de BH". Uma das principais via de acesso em Venda Nova é a Avenida Vilarinho que liga a região às avenidas Pedro I/Antônio Carlos e Cristiano Machado, que ligam ao centro da capital mineira. Outra importante via da região é a rua Padre Pedro Pinto, que leva o nome dum sacerdote catolico romano e importante personalidade na região (O primeiro padre de Belo Horizonte a dirigir um veículo). História O Distrito de Venda Nova pertence a Belo Horizonte, tendo sido contemporâneo do distrito de Curral Del Rey, quando ambos pertenciam à Vila de Sabará, importante cidade do Ciclo do Ouro. Pertenciam também à Vila de Sabará vários municípios, como Ribeirão das Neves, Contagem, Vespasiano, Santa Luzia, Lagoa Santa, Betim, Esmeraldas, Nova Lima, etc. Todos os municípios que hoje formam a Rede Metropolitana de Belo Horizonte, e outros mais, desenvolveram-se em terras pertencentes a Sabará, primeira e mais importante cidade da região até 'a construção da nova capital, Belo Horizonte. Todas essas localidades emanciparam-se aos poucos, tornando-se municipios. Segundo a tradição oral, o povoado local completou 300 anos em 2011, tendo-se iniciado em 1711 como pouso de tropeiros que por aqui passavam com gado e mercadorias vindos da Bahia, seguindo o Rio São Francisco e depois o Rio das Velhas para abastecerem de mantimentos a regiao das minas de ouro atraves da atual rua Padre Pedro Pinto. O distrito de Venda Nova e sua relação histórica com Belo Horizonte[2] Assimetrias sociais e políticas: identidades em formação Venda Nova surge, no século XVIII, a partir de um ponto de parada dos “caixeiros viajantes” que transitavam entre as “minas” e as “gerais”, entre o sul do estado e o norte do estado. Tal parada se situava numa área que primeiramente foi uma sesmaria, mas que, com o passar dos anos, e as divisões territoriais comuns na época, teve condições de se constituir em um povoado. O território da antiga sesmaria se transformaria em uma região de atuação de uma elite rural, abrangendo as terras ao norte do ribeirão Pampulha ou do Onça[1], e as terras das microbacias dos córregos Vilarinho, Serra Verde, Isidoro, Nado e Onça, o que posteriormente se tornou um distrito (Paiva, 1992). O distrito de um modo geral detinha peso político (nessa época e até meados do século XX), pois elegia representantes junto às sedes, tinham direito a sediar campanhas de Ordenança (policiamento), tinha igreja, padre, juiz... Tinham enfim, uma respeitável organização (Lisboa, 1996), permeada por tensas relações de poder. As famílias que compunham as elites do distrito de Venda Nova, durante os dois primeiros séculos, não fogem à regularidade encontrada por Dulci (1999). Tampouco escapam das constatações de Ribeiro (1997), sendo que para se constituírem como elites, elas necessitavam de uma área de atuação e influência, uma região onde poderiam estruturar relações sociais de poder. Para tais elites, ser vendanovense era defender o território, as tradições e as estruturas existentes no distrito que possibilitavam a perpetuação do status quo local. Provavelmente, o coronelismo e o clientelismo de massas (Dulci, 1999, p. 125) foram as formas de dominação mais comuns das elites do distrito de Venda Nova até meados do século XX. Para tal elite legitimar seu poder, a identidade vendanovense é fundamental, pois a mesma cria uma exclusividade, um campo específico de influências, reforçado pelas tradições, e pelo sentimento de enraizamento à territorialidade concreta. A consolidação de uma identidade cultural e política local Durante quase trezentos anos o Distrito de Venda Nova pertenceu, administrativamente a Sabará, ao Curral D’el Rey, a Santa Luzia e até a Campanhã (atual Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves). A região, por ser um carrefour de rotas tropeiras, tinha não apenas importância política, como visto acima, mas também comercial e religiosa. Do século XVIII, encontram-se documentos que atestam solicitações para instalação de vendas na região (Silva, 2000, p. 9). Por outro lado, em 1787 é enviada à rainha de Portugal, Dona Maria I, uma carta solicitando a “autorização para erguer, em Venda Nova, uma capela de invocação a Santo Antônio de Lisboa” (Silva, 2000, p. 9): Queixãoce a Vossa Magestade Fidelíssima os moradores do arraial de Venda Nova, Freguesia do Curral D’el Rey, Comarca de Sabará, que padesendo de grande necessidade de pasto espiritual (...) Se animaram a mandar pedir a Vossa Magestade em nome do glorioso Santo Antônio a licença para fazer ali a sua obra que todos os moradores querem. (Arquivo Público Mineiro apud Silva, 2000, p. 9). Esse aspecto evidencia a importância da religiosidade para a comunidade, ainda em formação cultural e identitária, nos idos do século XVIII. Já no início do século XIX constrói-se, num terreno doado, uma capela ao padroeiro da localidade. Anos mais tarde, é erguida a Igreja Matriz de Santo Antônio, que se tornará um elemento cultural fundamental para a tradição local. Ao longo do Brasil Império, Venda Nova floresce. Pequenos comércios começam a surgir na região onde predominam pequenas e médias propriedades. O próprio nome do lugar, “Venda Nova”, deriva das vicissitudes comerciais ocorridas aí. Segundo o “mito fundador” local, uma construção de uma venda maior e mais aprazível, em comparação a uma venda velha que existia no arraial, faz com que todos, moradores e viajantes, passassem a expressar algo como “vamos lá na venda nova”, sempre quando se referiam à localidade. Com essa referencia, logo os habitantes apropriaram-se da ideia de que eles moravam na região da venda nova. Todo esse território vendanovense esteve dentro da comarca de Sabará. Nas suas origens, estivera vinculado à freguesia do Curral d’El Rey. Em 1868, há uma mobilização para que o arraial passasse à categoria de freguesia, o que foi concretizada através de uma lei. Tal mobilização já revelava as articulações políticas da localidade, que visavam os “benefícios advindos da criação de cargos para a administração da Freguesia de Venda Nova” (Silva, 2000, p. 10). A instalação de um Corpo de Ordenanças da Guarda Nacional no local já mostrava a relevância política da região (Silva, 2000, p. 10). Nos fins do século XIX, Venda Nova já não fazia parte do Curral d’El Rey (que passara a se chamar Bello Horisonte no início da década de 1890). Mas, com a construção da Nova Capital de Minas Gerais no arraial belorizontino, propõe-se que Venda Nova passe a integrar o território da Cidade de Minas (Belo Horizonte). No início, a mudança da capital para Belo Horizonte não havia mudado a rotina do distrito vendanovense e de sua população. Mas pouco tempo depois chegavam à localidade os primeiros expulsos do antigo Curral d’El Rey, impedidos de residir na nova sede estadual. Segundo relato apresentado por Silva (2000, p. 12), grande parte da população expulsa pela Comissão Construtora de Aarão Reis chegou em Venda Nova “com a morte n’alma, vendo esboarem-se as suas ilusões, destruídas como um brinco às mãos infantis da Capital sonhada” (Fóscolo apud Silva, 2000, p. 12). Nas primeiras décadas do século XX, a região de Venda Nova é considerada distrito da capital Belo Horizonte. Os percursos à nova cidade eram feitos por muitos vendanovenses nos lombos dos animais, através da estrada de Venda Nova, que passava pela Pampulha e Lagoinha (essa estrada foi transformada nas avenidas “Antônio Carlos” e “Pedro I”), a partir de finalidades laborais, comerciais, ou mesmo culturais. Há vários relatos de vendanovenses que iam à Belo Horizonte da “intra-Contorno” (região interna da Avenida do Contorno) para trabalhar, se divertir (no teatro, cinema, parque, etc) ou comprar suprimentos para as vendas da Rua Direita de Venda Nova. Nesse período, a “vida cotidiana vai estar intimamente ligada às ações [dos] grupos de lideranças” (Silva, 2000, p. 12). Algumas dessas lideranças fundam o PPVN - Partido Progressista de Venda Nova - em 1933. Toda uma série de empreendimentos são implantandos na região a partir da atuação dessas lideranças políticas, e de outras lideranças religiosas, culturais e sociais: um grupo escolar, eletrificação na parte central, a “criação de um time de futebol, da corporação musical” (Silva, 2000, p. 12), fortalecendo a identidade local. Nos relatos colhidos por Silva (2000), também se pode constatar a riqueza cultural que circulava nessa Venda Nova no início do século passado. É nessa época que são fundados o “Cine São Pedro”, ponto de encontro dos vendanovenses, e a “Companhia Teatral Leopoldo Fróes”. Aqueles que não tinham condições de ir à Belo Horizonte para assistir uma peça ou um filme, eram presenteados na própria localidade. A renda dessas apresentações era revertida para as associações da comunidade (Silva, 2000, p. 22). Ir a esses eventos era participar do ritual vendanovense, compartilhando dos valores, costumes e da identidade local. As bandas de músicas também foram elementos novos da identidade cultural vendanovense, surgidos nesse momento histórico e logo incorporados à vida do distrito. A Corporação Musical de Santo Antônio tocava em toda Venda Nova, em festejos e celebrações religiosas, como a do “levantamento da bandeira de São Geraldo, bandeira do Sagrado Coração de Jesus, depois do Santo Antônio, a processão do Santíssimo” (Silva, 2000, p. 23). Já a Orquestra Marabá, formada por jovens vestidos com trajes sociais, tocavam nos bailes e festas da região. Se a identidade vendanovense nessa época ainda era profundamente permeada pelo catolicismo que ditava os ritmos e rituais da comunidade, vê-se os primeiros grupos protestantes aparecerem. No início, foram duas famílias que se reuniam em uma casa. Posteriormente ergueram a Igreja Metodista (Silva, 2000, p. 35), pequena edificação no estilo art déco na rua Direita, a poucos metros da Igreja Matriz. Esse detalhe arquitetônico da Igreja Metodista, o art déco, também é encontrado em outras construções da região, como o Cine São Pedro (ver foto acima) e várias casas da rua Direita. Mesmo que o distrito estivesse afastado do centro da capital, tendo a sua vida própria, tal condição não impedia que se trouxesse, para seu ambiente construído, os ecos de um estilo em voga nos grandes centros urbanos brasileiro. Isso mostra tal grau de penetração dos estilos arquitetônicos no início do século XX. Toda essa efervescência cultural em Venda Nova e sua conexão com a capital, porém, não são muito relevantes para os jogos políticos da capital e do estado. Em 1938, o distrito vendanovense passa a pertencer a Santa Luzia, deixando Belo Horizonte sem boa parte de seu território norte . E isso em um momento em que o processo de urbanização e loteamento já atingia o território limítrofe entre o distrito-sede de Belo Horizonte e o distrito de Venda Nova, conforme apontam mapas da década de 1940.Belo Horizonte - MGLinda área Privativa ! Composta por 02 (dois) quartos, sala para 02 ambientes, banho social, cozinha e área de serviço; 01 Vaga de garagem descoberta para veículos de pequeno porte; Ótimo acabamento ( porcelanato) Prédio com 10 (dez) apartamentos. Pronto para morar. Agende a sua visita! Venda Nova é um distrito e uma região administrativa (regional) de Belo Horizonte. Este nome provém do bairro central homônimo, que abriga um movimentado centro econômico e social. Essa região é conhecida há mais de cem anos por ser um dos principais caminhos para o norte de Minas Gerais e do Brasil. Antigamente era conhecida também como um local de bifurcação de rotas que iam para o norte e para o oeste do estado. Atualmente, é reconhecida por seu tradicional "Baile da Saudade," pelas manifestações culturais (miami, disco, rap) nas "Quadras do Vilarinho", pelo Centro Cultural de Venda Nova, pela histórica Rua Padre Pedro Pinto com suas casas quase centenárias, pela Colônia de Férias do SESC (que recebe grandes eventos, como por exemplo seleções da Copa do Mundo FIFA 2014), pelo moderno Shopping Estação, que possui o cinema da maior rede de cinemas da América Latina (Cinépolis), pela tricampeã Escola de Samba GRES Acadêmicos de Venda Nova, pelo humorista "Ceguinho", reconhecido nacionalmente, pelo clube de futebol Venda Nova FC, e pela novíssima e moderna Cidade Administrativa de Minas Gerais, o que faz do Distrito de Venda Nova a Sede do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais (os poderes Legislativo e Judiciário de Minas Gerais encontram-se no Distrito-sede de Belo Horizonte). O grande crescimento que esse distrito vem desenvolvendo nos últimos anos fez nascer um termo que aponta para novos tempos na região e nas cidades ao norte: "O Vetor Norte de BH". Uma das principais via de acesso em Venda Nova é a Avenida Vilarinho que liga a região às avenidas Pedro I/Antônio Carlos e Cristiano Machado, que ligam ao centro da capital mineira. Outra importante via da região é a rua Padre Pedro Pinto, que leva o nome dum sacerdote catolico romano e importante personalidade na região (O primeiro padre de Belo Horizonte a dirigir um veículo). História O Distrito de Venda Nova pertence a Belo Horizonte, tendo sido contemporâneo do distrito de Curral Del Rey, quando ambos pertenciam à Vila de Sabará, importante cidade do Ciclo do Ouro. Pertenciam também à Vila de Sabará vários municípios, como Ribeirão das Neves, Contagem, Vespasiano, Santa Luzia, Lagoa Santa, Betim, Esmeraldas, Nova Lima, etc. Todos os municípios que hoje formam a Rede Metropolitana de Belo Horizonte, e outros mais, desenvolveram-se em terras pertencentes a Sabará, primeira e mais importante cidade da região até 'a construção da nova capital, Belo Horizonte. Todas essas localidades emanciparam-se aos poucos, tornando-se municipios. Segundo a tradição oral, o povoado local completou 300 anos em 2011, tendo-se iniciado em 1711 como pouso de tropeiros que por aqui passavam com gado e mercadorias vindos da Bahia, seguindo o Rio São Francisco e depois o Rio das Velhas para abastecerem de mantimentos a regiao das minas de ouro atraves da atual rua Padre Pedro Pinto. O distrito de Venda Nova e sua relação histórica com Belo Horizonte[2] Assimetrias sociais e políticas: identidades em formação Venda Nova surge, no século XVIII, a partir de um ponto de parada dos “caixeiros viajantes” que transitavam entre as “minas” e as “gerais”, entre o sul do estado e o norte do estado. Tal parada se situava numa área que primeiramente foi uma sesmaria, mas que, com o passar dos anos, e as divisões territoriais comuns na época, teve condições de se constituir em um povoado. O território da antiga sesmaria se transformaria em uma região de atuação de uma elite rural, abrangendo as terras ao norte do ribeirão Pampulha ou do Onça[1], e as terras das microbacias dos córregos Vilarinho, Serra Verde, Isidoro, Nado e Onça, o que posteriormente se tornou um distrito (Paiva, 1992). O distrito de um modo geral detinha peso político (nessa época e até meados do século XX), pois elegia representantes junto às sedes, tinham direito a sediar campanhas de Ordenança (policiamento), tinha igreja, padre, juiz... Tinham enfim, uma respeitável organização (Lisboa, 1996), permeada por tensas relações de poder. As famílias que compunham as elites do distrito de Venda Nova, durante os dois primeiros séculos, não fogem à regularidade encontrada por Dulci (1999). Tampouco escapam das constatações de Ribeiro (1997), sendo que para se constituírem como elites, elas necessitavam de uma área de atuação e influência, uma região onde poderiam estruturar relações sociais de poder. Para tais elites, ser vendanovense era defender o território, as tradições e as estruturas existentes no distrito que possibilitavam a perpetuação do status quo local. Provavelmente, o coronelismo e o clientelismo de massas (Dulci, 1999, p. 125) foram as formas de dominação mais comuns das elites do distrito de Venda Nova até meados do século XX. Para tal elite legitimar seu poder, a identidade vendanovense é fundamental, pois a mesma cria uma exclusividade, um campo específico de influências, reforçado pelas tradições, e pelo sentimento de enraizamento à territorialidade concreta. A consolidação de uma identidade cultural e política local Durante quase trezentos anos o Distrito de Venda Nova pertenceu, administrativamente a Sabará, ao Curral D’el Rey, a Santa Luzia e até a Campanhã (atual Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves). A região, por ser um carrefour de rotas tropeiras, tinha não apenas importância política, como visto acima, mas também comercial e religiosa. Do século XVIII, encontram-se documentos que atestam solicitações para instalação de vendas na região (Silva, 2000, p. 9). Por outro lado, em 1787 é enviada à rainha de Portugal, Dona Maria I, uma carta solicitando a “autorização para erguer, em Venda Nova, uma capela de invocação a Santo Antônio de Lisboa” (Silva, 2000, p. 9): Queixãoce a Vossa Magestade Fidelíssima os moradores do arraial de Venda Nova, Freguesia do Curral D’el Rey, Comarca de Sabará, que padesendo de grande necessidade de pasto espiritual (...) Se animaram a mandar pedir a Vossa Magestade em nome do glorioso Santo Antônio a licença para fazer ali a sua obra que todos os moradores querem. (Arquivo Público Mineiro apud Silva, 2000, p. 9). Esse aspecto evidencia a importância da religiosidade para a comunidade, ainda em formação cultural e identitária, nos idos do século XVIII. Já no início do século XIX constrói-se, num terreno doado, uma capela ao padroeiro da localidade. Anos mais tarde, é erguida a Igreja Matriz de Santo Antônio, que se tornará um elemento cultural fundamental para a tradição local. Ao longo do Brasil Império, Venda Nova floresce. Pequenos comércios começam a surgir na região onde predominam pequenas e médias propriedades. O próprio nome do lugar, “Venda Nova”, deriva das vicissitudes comerciais ocorridas aí. Segundo o “mito fundador” local, uma construção de uma venda maior e mais aprazível, em comparação a uma venda velha que existia no arraial, faz com que todos, moradores e viajantes, passassem a expressar algo como “vamos lá na venda nova”, sempre quando se referiam à localidade. Com essa referencia, logo os habitantes apropriaram-se da ideia de que eles moravam na região da venda nova. Todo esse território vendanovense esteve dentro da comarca de Sabará. Nas suas origens, estivera vinculado à freguesia do Curral d’El Rey. Em 1868, há uma mobilização para que o arraial passasse à categoria de freguesia, o que foi concretizada através de uma lei. Tal mobilização já revelava as articulações políticas da localidade, que visavam os “benefícios advindos da criação de cargos para a administração da Freguesia de Venda Nova” (Silva, 2000, p. 10). A instalação de um Corpo de Ordenanças da Guarda Nacional no local já mostrava a relevância política da região (Silva, 2000, p. 10). Nos fins do século XIX, Venda Nova já não fazia parte do Curral d’El Rey (que passara a se chamar Bello Horisonte no início da década de 1890). Mas, com a construção da Nova Capital de Minas Gerais no arraial belorizontino, propõe-se que Venda Nova passe a integrar o território da Cidade de Minas (Belo Horizonte). No início, a mudança da capital para Belo Horizonte não havia mudado a rotina do distrito vendanovense e de sua população. Mas pouco tempo depois chegavam à localidade os primeiros expulsos do antigo Curral d’El Rey, impedidos de residir na nova sede estadual. Segundo relato apresentado por Silva (2000, p. 12), grande parte da população expulsa pela Comissão Construtora de Aarão Reis chegou em Venda Nova “com a morte n’alma, vendo esboarem-se as suas ilusões, destruídas como um brinco às mãos infantis da Capital sonhada” (Fóscolo apud Silva, 2000, p. 12). Nas primeiras décadas do século XX, a região de Venda Nova é considerada distrito da capital Belo Horizonte. Os percursos à nova cidade eram feitos por muitos vendanovenses nos lombos dos animais, através da estrada de Venda Nova, que passava pela Pampulha e Lagoinha (essa estrada foi transformada nas avenidas “Antônio Carlos” e “Pedro I”), a partir de finalidades laborais, comerciais, ou mesmo culturais. Há vários relatos de vendanovenses que iam à Belo Horizonte da “intra-Contorno” (região interna da Avenida do Contorno) para trabalhar, se divertir (no teatro, cinema, parque, etc) ou comprar suprimentos para as vendas da Rua Direita de Venda Nova. Nesse período, a “vida cotidiana vai estar intimamente ligada às ações [dos] grupos de lideranças” (Silva, 2000, p. 12). Algumas dessas lideranças fundam o PPVN - Partido Progressista de Venda Nova - em 1933. Toda uma série de empreendimentos são implantandos na região a partir da atuação dessas lideranças políticas, e de outras lideranças religiosas, culturais e sociais: um grupo escolar, eletrificação na parte central, a “criação de um time de futebol, da corporação musical” (Silva, 2000, p. 12), fortalecendo a identidade local. Nos relatos colhidos por Silva (2000), também se pode constatar a riqueza cultural que circulava nessa Venda Nova no início do século passado. É nessa época que são fundados o “Cine São Pedro”, ponto de encontro dos vendanovenses, e a “Companhia Teatral Leopoldo Fróes”. Aqueles que não tinham condições de ir à Belo Horizonte para assistir uma peça ou um filme, eram presenteados na própria localidade. A renda dessas apresentações era revertida para as associações da comunidade (Silva, 2000, p. 22). Ir a esses eventos era participar do ritual vendanovense, compartilhando dos valores, costumes e da identidade local. As bandas de músicas também foram elementos novos da identidade cultural vendanovense, surgidos nesse momento histórico e logo incorporados à vida do distrito. A Corporação Musical de Santo Antônio tocava em toda Venda Nova, em festejos e celebrações religiosas, como a do “levantamento da bandeira de São Geraldo, bandeira do Sagrado Coração de Jesus, depois do Santo Antônio, a processão do Santíssimo” (Silva, 2000, p. 23). Já a Orquestra Marabá, formada por jovens vestidos com trajes sociais, tocavam nos bailes e festas da região. Se a identidade vendanovense nessa época ainda era profundamente permeada pelo catolicismo que ditava os ritmos e rituais da comunidade, vê-se os primeiros grupos protestantes aparecerem. No início, foram duas famílias que se reuniam em uma casa. Posteriormente ergueram a Igreja Metodista (Silva, 2000, p. 35), pequena edificação no estilo art déco na rua Direita, a poucos metros da Igreja Matriz. Esse detalhe arquitetônico da Igreja Metodista, o art déco, também é encontrado em outras construções da região, como o Cine São Pedro (ver foto acima) e várias casas da rua Direita. Mesmo que o distrito estivesse afastado do centro da capital, tendo a sua vida própria, tal condição não impedia que se trouxesse, para seu ambiente construído, os ecos de um estilo em voga nos grandes centros urbanos brasileiro. Isso mostra tal grau de penetração dos estilos arquitetônicos no início do século XX. Toda essa efervescência cultural em Venda Nova e sua conexão com a capital, porém, não são muito relevantes para os jogos políticos da capital e do estado. Em 1938, o distrito vendanovense passa a pertencer a Santa Luzia, deixando Belo Horizonte sem boa parte de seu território norte . E isso em um momento em que o processo de urbanização e loteamento já atingia o território limítrofe entre o distrito-sede de Belo Horizonte e o distrito de Venda Nova, conforme apontam mapas da década de 1940.